Previsão inicial era de que os 88 deportados desembarcassem no aeroporto de Confins na noite desta sexta-feira (24), mas a aeronave vinda dos EUA precisou pousar em Manaus após apresentar um problema técnico. “Os voos de deportação começaram”, publicou no X a nova Secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt.
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O avião da Força Aérea Brasileira (FAB) com os primeiros brasileiros deportados dos Estados Unidos após a posse do presidente Donald Trump pousou no Aeroporto Internacional de Belo Horizonte, em Confins, por volta das 21h deste sábado (25).
A ministra dos Direitos Humanos, Macaé Evaristo, estava no terminal para receber os brasileiros.
A previsão inicial era de que os 88 deportados chegassem a Confins na noite desta sexta-feira (24), mas a aeronave vinda dos EUA precisou pousar em Manaus após apresentar um problema técnico. Quatro pessoas, que seguiriam para Rondônia e Roraima, decidiram desembarcar na cidade.
Inicialmente, a expectativa era de que o governo norte-americano enviasse outro avião para levar o grupo do Amazonas para Minas Gerais, mas o ministro da Justiça e Segurança Pública, Ricardo Lewandowski, pediu um voo da FAB para o transporte.
Ele orientou a Polícia Federal a recepcionar os brasileiros, que chegaram ao país algemados, e determinou a retirada imediata das algemas.
“Ao tomar conhecimento da situação, o Presidente Lula determinou que uma aeronave da Força Aérea Brasileira (FAB) fosse mobilizada para transportar os brasileiros até o destino final, de modo a garantir que possam completar a viagem com dignidade e segurança”, disse o Ministério da Justiça por meio de nota.
O avião da FAB decolou da Base Aérea de Brasília no início da tarde e pousou em Manaus às 14h45, horário local. A viagem com destino a Confins começou por volta das 16h50, horário também do Amazonas.
Segundo voo com deportados
Este é o primeiro voo vindo dos EUA com brasileiros deportados desde o início do novo governo do republicano Donald Trump.
Neste ano, é o segundo voo com deportados a desembarcar em Confins. O primeiro pousou em 10 de janeiro, com 100 pessoas a bordo, ainda durante a gestão do democrata Joe Biden.
EUA prendem 538 imigrantes e fazem primeiras deportações após decretos de Trump, diz Casa Branca
‘Tratam como cachorro amarrado na corrente’: brasileiros deportados relatam experiência de imigração para os EUA
Entre a noite de quinta-feira (23) e a manhã de sexta (24), a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, usou uma rede social para anunciar que 538 imigrantes ilegais, de diferentes origens, já foram presos desde a posse de Trump — incluindo um suspeito de terrorismo, quatro integrantes da gangue Tren de Aragua e outros condenados por crimes sexuais contra menores.
Ela disse, ainda, que “centenas de imigrantes ilegais já foram deportados em aeronaves militares”, marcando o início do que ela chamou de “a maior operação de deportação em massa da história”.
“Promessas feitas. Promessas cumpridas”, escreveu Leavitt.
“Os voos de deportação começaram”, publicou no X a nova Secretária de Imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt
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Entenda
A chegada quase semanal de brasileiros expulsos dos Estados Unidos começou em outubro de 2019, durante o primeiro mandato de Donald Trump, quando o republicano apertou o cerco contra imigrantes ilegais.
Naquele ano, o então presidente do Brasil, Jair Bolsonaro (PL), passou a permitir a entrada de aviões fretados com deportados, o que não acontecia desde 2006.
Novas regras contra imigração
Ao tomar posse para um novo mandato na última segunda-feira (20), o presidente americano Donald Trump anunciou uma série de medidas para restringir a admissão de imigrantes de qualquer origem.
O texto divulgado pela Casa Branca com as prioridades da gestão cita “medidas ousadas para proteger nossa fronteira e as comunidades americanas”. Entre as ações elencadas, estão:
o restabelecimento da política “Permaneça no México”;
a retomada da construção do muro na fronteira entre Estados Unidos e México;
a punição com pena de morte para imigrantes ilegais que assassinarem americanos;
o fim do asilo a quem cruza a fronteira ilegalmente;
uma grande operação de deportação de imigrantes ilegais;
o envio das Forças Armadas, incluindo a Guarda Nacional, para a área da fronteira;
e a classificação de cartéis de drogas como “organizações terroristas estrangeiras”, evocando a a Lei dos Inimigos Estrangeiros, de 1798.
Trump também declarou “emergência” na fronteira entre EUA e México, o que significa a autorização do envio de militares à região.
Ainda no primeiro dia de mandato, Trump revogou cerca de 80 decretos do governo de Joe Biden referentes ao tema da imigração. Entre ele, o que permitia a reunificação de famílias de imigrantes separadas na fronteira.
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