O governador de Santa Catarina, Jorginho Mello, anunciou nesta segunda-feira (3) um aumento de 21,5% no salário dos agentes de Segurança Pública. Um projeto de lei com a proposta será encaminhado para a Alesc (Assembleia Legislativa de Santa Catarina) nos próximos dias.
Aumento no salário dos agentes de Segurança Pública foi anunciado nesta segunda-feira (3) – Foto: RICARDO WOLFFENBUTTEL/SECOM-SC/ND
O reajuste contempla mais de 35 mil servidores, sendo 20,4 mil ativos e 14,9 mil inativos. Após o debate e possível aprovação na Alesc, a lei será sancionada pelo governador.
Os profissionais beneficiados são vinculados às polícias Civil, Militar e Científica, além dos bombeiros militares e das secretarias de Estado da Segurança Pública e da Justiça e Reintegração Social.
O reajuste será concedido em três parcelas, a partir de maio deste ano, com um valor maior repassado no primeiro aumento. A segunda parcela será concedida em dezembro de 2025 e a terceira em abril de 2026, totalizando o percentual de aumento de 21,5%.
Um servidor com remuneração atual de R$ 8 mil, média de um cabo da Polícia Militar de Santa Catarina, passaria a receber R$ 9,7 mil em abril de 2026. A medida representaria um investimento anual de R$ 1,4 bilhão na valorização dos policiais catarinenses.
Aumento do salário dos agentes de Segurança Pública era pedido de policiais penais em estado greve
Os policiais penais e agentes de segurança socioeducativos de Santa Catarina estão em estado de greve desde o dia 22 de janeiro. Na última quarta-feira (29), entidades representativas dos agentes de Segurança Pública se reuniram e elaboraram uma carta aberta com reivindicações.
Aumento do salário dos agentes de Segurança Pública era uma das reivindicações dos policiais penais – Foto: Eduardo Valente/Secom/ND
A greve foi aprovada em assembleia-geral, em que 98,8% dos participantes votaram a favor do estado de greve. O Governo do Estado de Santa Catarina foi comunicado da decisão no dia 24.
Segundo a APPS-SC (Associação dos Policiais Penais e Agentes de Segurança Socioeducativos de Santa Catarina), as principais reivindicações são a reestruturação da carreira e a recomposição salarial.
“As condições atuais de trabalho e a falta de valorização têm gerado grande insatisfação entre os profissionais, tornando imprescindível a revisão do sistema de progressão”, publicou a entidade nas redes sociais.
Em publicação feita nesta segunda-feira, Ferdinando Gregório, presidente da Ageppen Brasil (Associação dos Policiais Penais do Brasil), e Alexandre Barba, presidente da APPS-SC, afirmaram que participaram na mesa de negociações junto ao governo.
Entidades representativas se reuniram na última quarta-feira (29) e elaboraram carta aberta com reivindicações – Foto: Divulgação/ND
“Isso [a aprovação do reajuste] não é o final das negociações. O governador deixou claro que pode chamar as entidades e sindicatos para uma conversa no ano que vem. Podemos renegociar e conseguir uma quarta parcela para recompor todas as perdas salariais”, declarou Barba.