Pesquisa revela que ‘cocô de baleia’ pode ajudar vida marinha

Uma nova pesquisa revelou algo surpreendente sobre os mamíferos marinhos. De acordo com alguns pesquisadores, o “cocô de baleia” pode ser um aliado importante na conservação do ecossistema marítimo.

O cocô de baleia pode ser um fonte rica em nutrientes para a vida marítima – Foto: Reprodução/Revista Náutica/ND
Cocô de baleia pode ajudar ecossistema marinho
O estudo foi baseado na análise de algumas espécies de baleias filtradoras espalhadas pelos oceanos.
A baleia-azul, a maior do planeta, consome enormes quantidades de pequenos animais parecidos com camarões, conhecidos como krill, para sustentar os impressionantes 30 metros de comprimento.
Esses animais viviam em gigantescas populações, mas devido à caça desenfreada, desapareceram dos mares, tornando-se espécies ameaçadas de extinção.
Conforme suas populações diminuíam, a comunidade cientifica imaginava que os krill se proliferariam nas águas livres de predadores. Porém, não foi o que ocorreu.
Predadoras e proliferadoras
Pesquisadores começaram a observar que, conforme as baleias foram sumindo, as populações de krill também caíram, e nenhuma delas se recuperou até o momento.
Com isso, uma teoria recente propõe o papel de predadores nos mares, já que alguns nutrientes presentes no cocô de baleias, podem ter fornecido um fertilizante essencial para esses ecossistemas marinhos.
Segundo a Universidade de Washington, a pesquisa confirma que nas fazes das baleias pode ser encontrado quantidades significativas de ferro, elemento vital frequentemente escasso em ecossistemas oceânicos.
O estudo foi o primeiro a analisar as formas dos “metais-traço”, conhecido como cocô de baleia, e foi publicado em janeiro na Communications Earth & Environment.
As baleias podem desempenhar outro papel no ecossistema marítimo – Foto: Reprodução/ Universidade de Washington/ND
Para investigar qual papel o cocô de baleia pode ter desempenhado neste ecossistema, a pesquisa analisou cinco amostras de fezes. Duas amostras eram de baleias jubarte no Oceano Antártico e três baleias-azuis, na costa central da Califórnia.
“A hipótese é que as baleias estavam, na verdade, adicionando nutrientes ao ecossistema que esse fitoplâncton conseguia usar, então eles floresceriam mais e então o krill poderia comê-los”, citou Randie Bundy, professor assistente de oceanografia na Universidade e autor sênior do estudo.
Os resultados mostraram que o ferro estava presente em todas as amostras. Os pesquisadores também encontraram outro metal, o cobre, nutriente que, em algumas formas, pode prejudicar a vida marinha.
No entanto, análises posteriores mostraram que moléculas orgânicas ligadas aos átomos de cobre transformaram esses nutrientes em uma forma segura para as espécies marítimas.
O autor principal da pesquisa, o estudante de doutorado em oceanografia Patrick Monreal, comentou que espera dar o devido crédito a esses animais.
“Acho que os animais desempenham um papel maior nos ciclos químicos do que muitos especialistas lhes dão crédito, especialmente quando pensamos na escala do ecossistema”.

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