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A interdição dos 2 estacionamentos no Centro da cidade, durante operação de terça (6), pôs fim a esquema que, segundo o Ministério Público, oferecia suporte logístico a criminosos. Polícia de São Paulo prende ex-guarda civil suspeito de vender armas na região da Cracolândia
Reprodução/TV Globo
Um ex-guarda civil da cidade de São Paulo, suspeito de desviar armas da campanha do desarmamento e vender para criminosos, se entregou nesta quinta-feira (8) à polícia.
A interdição de dois estacionamentos no Centro de São Paulo, durante a operação de terça-feira (6) na Cracolândia, pôs fim a um esquema que, segundo o Ministério Público, oferecia suporte logístico aos criminosos.
Os indícios surgiram depois que os promotores interceptaram as conversas do dono dos estacionamentos. Rubens Alexandre Bezerra trabalhou como Guarda Civil Metropolitana na capital paulista por 16 anos, até ser expulso da corporação em 2019. Ele se entregou nesta quinta-feira (8) à polícia depois de dois dias foragido.
Em um diálogo, gravado com autorização da Justiça, Rubens oferece uma espingarda de grosso calibre a um homem não identificado.
“Essa é uma 12 automática. R$ 35 mil”.
As conversas vêm com fotos das armas e preços do arsenal. Em um vídeo, Rubens recebe informações sobre um equipamento usado por assaltantes para burlar os rastreadores instalados em carros, motos e caminhões.
“Esse é mais caro porque vem com um visor e um falante premium, está vendo?”.
Polícia de São Paulo prende ex-guarda civil suspeito de vender armas na região da Cracolândia
Reprodução/TV Globo
Força-tarefa prende 5 pessoas em operação conjunta na Cracolândia de São Paulo
As conversas interceptadas pelo Ministério Público também indicam que Rubens e outro guarda civil metropolitana desviaram armas entregues voluntariamente pela população em bases da GCM que fazem parte da Campanha Nacional do Desarmamento. As armas recolhidas pela campanha devem ser destruídas.
Em um diálogo com um homem identificado como Silvestre, Rubens conta que ficou com um “cano” (gíria usada para se referir a revólver), mas diz que colegas da GCM reclamaram.
“O pessoal do de dia é tudo caxias. Eu tirei um cano para mim e os caras fizeram mó auê”.
O homem, que aparentemente também trabalha na Guarda Civil Metropolitana, diz que uma estratégia para desviar as armas é oferecer ao dono dela um valor maior do que o governo paga ao cidadão.
“Todo mundo gosta de dinheiro. A pessoa vem entregar aqui para receber 300 contos daqui a seis meses do governo. Se você receber 200 contos na hora, ela pega. É sorte, é estar no lugar certo, na hora certa”.
Polícia de São Paulo prende ex-guarda civil suspeito de vender armas na região da Cracolândia
Reprodução/TV Globo
“A campanha do desarmamento teve o intuito justamente de reduzir a circulação de armas na mão da população. Ele, desviando armas da campanha do desarmamento, além da ousadia e de desvirtuar uma política pública muito importante, contribuiu para o avanço da criminalidade e de uma criminalidade poderosa, com poder bélico elevado”, afirma Luiz Fernando Bugiga Rebellato, promotor de Justiça do GAECO de São Paulo.
A Secretaria Municipal de Segurança Urbana de São Paulo declarou que repudia condutas que violem princípios éticos e normas da corporação. E que tem apurado com rigor todo tipo de transgressão. O Jornal Nacional não conseguimos contato com a defesa de Rubens Bezerra.
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