Contra o aumento das tarifas de ônibus em Florianópolis, centenas de manifestantes se reuniram em frente à prefeitura na tarde desta sexta-feira (10) exigindo a revogação imediata do reajuste, que chega a R$ 6,90 na passagem paga em dinheiro — valor bruto mais alto entre capitais brasileiras —, e pedindo a implementação da tarifa zero na cidade.
Manifestantes se reuniram em frente à sede da Prefeitura de Florianópolis para demonstrar insatisfação com aumento das tarifas de ônibus na capital catarinense – Foto: Reprodução/ND
O protesto foi organizado pelo DCE (Diretório Central dos Estudantes) Luís Travassos, da UFSC (Universidade Federal de Santa Catarina). De acordo com a GMF (Guarda Municipal de Florianópolis), cerca de 200 pessoas participaram da marcha.
Os manifestantes se concentraram em frente ao Ticen (Terminal de Integração do Centro) e marcharam ao longo da Avenida Paulo Fontes, subindo pela rua Padre Roma até chegar à sede administrativa da prefeitura, localizada na rua Conselheiro Mafra. A esquina da Padre Roma com a Conselheiro Mafra foi fechada pela GMF para evitar a passagem de veículos.
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Protesto foi liderado pelo DCE Luís Travassos, da UFSC – Reprodução/ND
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O estopim para a marcha foi o aumento da passagem de ônibus em Florianópolis, que chega a R$ 6,90 se paga em dinheiro – Reprodução/ND
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Pedido pela implementação da tarifa zero foi uma das pautas da manifestação – Reprodução/ND
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Pedido pela implementação da tarifa zero foi uma das pautas da manifestação – Reprodução/ND
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Manifestantes se concentraram em frente ao Ticen e marcharam até o prédio da prefeitura – Reprodução/ND
Durante o protesto, os manifestantes diziam que o aumento das tarifas de ônibus na capital catarinense foi feito “sem consultar a população” e gritavam que “se a tarifa não zerar, a cidade vai parar”.
O DCE Luís Travassos afirma que o aumento das tarifas de ônibus “ataca os trabalhadores e a juventude, que agora têm seu salário consumido ainda mais pelo transporte” e acusa a prefeitura de “beneficiar apenas os empresários do transporte público”.
Veja vídeos da manifestação:
Manifestação em frente à prefeitura contra aumento das tarifas de ônibus em Florianópolis – Vídeo: Reprodução/ND
Manifestação em frente à prefeitura contra aumento das tarifas de ônibus em Florianópolis – Vídeo: Reprodução/ND
Políticos participam da marcha contra aumento das tarifas de ônibus em Florianópolis
Para dar força à manifestação, os vereadores Afrânio Boppré (PSOL), Carla Ayres (PT) e Leonel Camasão (PSOL) estiveram em meio à população que protestava. Boppré qualificou o reajuste como “aumento abusivo”, enquanto Ayres disse que Florianópolis “está nas ruas para lutar contra o aumento da passagem de ônibus que é a mais cara do Brasil entre as capitais”.
O deputado estadual Marquito (PSOL) também esteve presente e destacou a demanda por tarifa zero na capital catarinense: “Enquanto muitas cidades avançam com projetos de tarifa zero, Florianópolis vai na contramão. Além do aumento abusivo, não houve melhorias na frota de ônibus, nem aumento de linhas ou horários”.
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Deputado estadual Marquito (PSOL) esteve junto aos manifestantes no Centro de Florianópolis – @camasao50/Instagram/ND
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Vereadores de Florianópolis, Carla Ayres, Afrânio Boppré e Leonel Camasão também estiveram presentes na manifestação – @camasao50/Instagram/ND
Secretário de Transportes de Florianópolis contestou afirmação sobre ‘a passagem mais cara do Brasil’
Em entrevista ao ND Mais na semana passada, o secretário de Transportes e Infraestrutura da capital catarinense, Rafael Hahne, afirmou que o reajuste de 15% na passagem paga em dinheiro é proposital para incentivar os passageiros a utilizarem o cartão-cidadão.
No dinheiro, a passagem é R$ 6,90, que é o maior valor registrado entre as capitais brasileiras. No cartão cidadão, o valor cai para R$ 5,75 por conta dos subsídios pagos pela prefeitura. “Isso é proposital. O valor em dinheiro é mais alto para desincentivar [essa forma de pagamento], principalmente porque gera um atraso maior no embarque”, defendeu Hahne.
O secretário também justificou que que os ônibus municipais na capital catarinense rodam, diariamente, uma quilometragem média que equivale aos patamares 4 e 5 do transporte intermunicipal da Grande Florianópolis, cujas tarifas variam de R$ 8,90 a R$ 9.
Segundo Hahne, o cálculo do valor da tarifa é feito considerando as receitas e despesas do sistema de transporte público da cidade, sendo as passagens de ônibus a principal fonte de recursos. “A tarifa é feita através do acompanhamento do fluxo de caixa do transporte coletivo da cidade, de tudo o que entra como recurso e o que é desembolsado como custo”, explicou.
Aumento das tarifas de ônibus é necessário para aumentar as receitas e minimizar o déficit do transporte público de Florianópolis, argumenta prefeitura – Foto: Anderson Coelho/ND
Em conversa com a Coluna Bom Dia, o prefeito Topázio Neto (PSD) argumentou que 30% do transporte público utilizado em Florianópolis é gratuito e que categorias como estudantes de baixa renda, estudantes da rede estadual, à Polícia Militar, a pessoas com deficiência física e idosos fossem sendo apreciadas pela isenção com o passar dos anos, gerando déficit nas contas e fazendo com o o aumento das tarifas de ônibus fosse necessário.
A reportagem entrou em contato com a Secretaria Municipal de Transportes e Infraestrutura de Florianópolis, a qual informou que a manifestação desta sexta-feira não mudará o posicionamento da prefeitura, que manterá sua decisão sobre os aumentos das tarifas de ônibus na cidade.