Foragidos por sequestro e assassinato de jovem de SC vão entrar na mira da Interpol

Dois homens envolvidos no sequestro e assassinato de Camila Florindo D’Avila, de 23 anos, serão incluídos na lista vermelha da Interpol (Organização Internacional de Polícia Criminal). Segundo as investigações, os foragidos podem estar escondidos no Paraguai.

Foragidos por sequestro e assassinato de jovem de SC vão entrar na mira da Interpol – Foto: Arquivo Pessoal/Divulgação/ND
“Eles têm residência na cidade de Foz do Iguaçu, cidade fronteiriça, e alguns elementos apontaram que eles migram para o Paraguai com frequência. Então, eles ficam entre Foz do Iguaçu e o Paraguai, por isso precisamos comunicar a Interpol”, explicou o delegado José Gattaz Neto, da DIC (Divisão de Investigação Criminal) de Joinville.


Câmeras flagram sequestro de jovem em Araquari – Vídeo: Divulgação/ND
Ligação com assassinato de professor
A Polícia Civil revelou que um dos foragidos também está sendo investigado pela morte do professor Fábio Amaral Calegari, assassinado no dia 15 de março de 2024, no bairro Sítio Cercado, em Curitiba.
O crime aconteceu enquanto Fábio aguardava no semáforo dentro de seu carro. Dois homens em uma moto se aproximaram e efetuaram diversos disparos. Ferido, o professor tentou fugir, mas acabou colidindo contra o muro de uma creche.
Conforme reportagem do portal RIC, o assassinato do professor pode ter ligação com um processo trabalhista. Fábio havia movido uma ação contra uma empresa de Curitiba, exigindo verbas superiores a R$ 300 mil. A polícia acredita que, além da disputa judicial, o professor teria conhecimento de irregularidades financeiras na empresa, o que pode ter motivado o crime.
Prisões pela morte de jovem sequestrada em Araquari
Cinco suspeitos já foram presos até o momento pela morte de Camila. As prisões ocorreram em dezembro em São Francisco do Sul, Curitiba, Foz do Iguaçu. Segundo a Polícia Civil, a maioria dos suspeitos tinha passagens e era do Paraná. O marido da jovem também segue foragido por tráfico de drogas.

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Local onde o corpo de Camila foi encontrado – Polícia Civil/Divulgação/ND

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Corpo foi encontrado no último dia 14 – Polícia Civil/Divulgação/ND

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Ossada foi encontrada com ajuda de cão da Polícia Civil – Polícia Civil/Divulgação/ND

“São pessoas altamente perigosas que têm o hábito de praticar crimes como seu modo de vida e com isso dificultou bastante o trabalho da polícia. Os agentes de investigação aqui do Departamento de Investigações Criminais de Joinville trabalharam com bastante afinco conseguiram êxito em identificar a autoria criminosa”, comentou o delegado.
O alvo era o marido da jovem sequestrada
Para a polícia, o alvo era outro. “O grupo criminoso, na verdade estava atrás do companheiro de Camila. Ele era o alvo desta empreitada criminosa. Como não conseguiu alcançá-lo, acabou sequestrando ela”, afirmou Gattaz.
Conforme a polícia, o marido da jovem exerce uma função de liderança na facção mais poderosa de Santa Catarina. Ele cuida de negócios do tráfico, mas dentro da organização tem inimigos com vontade de assumir o poder. Só que para a mudança acontecer, ele tinha que cair.
Como aconteceu sequestro de jovem
Conforme a investigação, Camila foi sequestrada em 8 de outubro de 2024, em Araquari, quando seis criminosos em dois carros clonados cercaram a casa dela. O objetivo do grupo era matar o marido da jovem, mas ele conseguiu escapar. Com a fuga do alvo, eles pegam drogas e dinheiro e obrigam a jovem a entrar em um dos veículos.
Na sequência, a vítima foi jogada em um cativeiro na mesma cidade. Ela ficou uma hora e meia no local, depois foi levada ao Paraná. De acordo com a polícia, na região Metropolitana de Curitiba, os criminosos se desentenderam e não houve um consenso sobre o que fazer com Camila. A briga terminou com um deles morto a tiros. O corpo foi deixado na rua e depois encontrado pelas autoridades.
O grupo seguiu viagem e escolheu a zona rural de Ibaiti, cidade que fica a 457 km de Araquari, para se livrar da jovem. Os criminosos pensaram em liberar a garota, mas mudaram de ideia. Eles mataram Camila a tiros e enterraram seu corpo em uma região de mata fechada. A polícia acredita que o crime ocorreu entre 9 e 10 de outubro.
Corpo encontrado após três meses
Depois de três meses, o corpo da jovem foi encontrado, no último dia 14, pelas autoridades. O local era de difícil acesso, mas um cão farejador da Polícia Civil de Santa Catarina indicou o ponto onde estava a ossada de Camila. A Polícia Científica do Paraná fará uma perícia para verificar se houve tortura.
“Todos os elementos colhidos até o momento apontam no sentido de que o corpo localizado pertence à Camila. Entretanto, nós vamos aguardar a perícia científica, que vai ser realizada pela polícia do Paraná para termos a confirmação dessa informação”, destacou o delegado Gattaz.

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