O que significa não querer abraçar ou ser abraçado, segundo a psicologia?

Algumas pessoas se sentem desconfortáveis ao abraçar ou ser abraçada e isso pode gerar estranhamento para quem não entende essa sensação. O que leva alguém a evitar um gesto tão comum e socialmente aceito?

Você gosta de abraçar e ser abraçado? – Foto: Freepik/ND
A psicóloga Marisa de Abreu explica que essa atitude é algo desenvolvido ao longo da vida, influenciado por experiências e interpretações pessoais.
O que faz alguém não gostar de abraçar?
A psicologia explica que desde a infância, criamos associações sobre o que nos faz sentir confortáveis ou vulneráveis. Crianças que são obrigadas a abraçar familiares ou conhecidos, mesmo sem vontade, podem desenvolver uma relação negativa com o contato físico, aponta a psicóloga.
Segundo ela, se abraçar era algo imposto e não uma expressão genuína de carinho, essa pessoa pode passar a evitá-los na vida adulta.
Outro fator que pode contribuir é a autoestima. Alguém que sente que não é merecedor de carinho pode rejeitar abraços porque não acredita que deva receber esse tipo de afeto.
“Da mesma forma, pessoas que cresceram sem muito contato físico podem não estar acostumadas a expressões de afeto por meio do toque”, comenta.
A psicologia pode explicar o motivo de você não gostar de abraçar e ser abraçado – Foto: Freepik/Reprodução/ND
A profissional ainda destaca que o desconforto ao abraçar pode estar ligado à proximidade emocional que ele representa. Algumas pessoas não querem que os outros percebam seus sentimentos ou tenham acesso ao seu mundo emocional.
Isso pode ser reflexo de uma difícil relação com as próprias emoções ou até mesmo de traumas passados.
Mude a relação com os abraços
Para aqueles que desejam mudar essa relação, é possível trabalhar essa questão na terapia ou por meio da autoanálise. Entender o motivo da aversão pode ser o primeiro passo para reformular crenças e permitir uma nova experiência com o contato físico.
Estudos mostram que a falta de contato na infância pode afetar o desenvolvimento do nervo vago, impactando a capacidade de criar laços de intimidade e desenvolver compaixão.
Abraçar quem amamos faz parte das relações pessoais, mas algumas pessoas não gostam desse contato físico – Foto: Freepik/ND
Além disso, pode comprometer a produção de oxitocina, o hormônio ligado ao prazer e ao vínculo social. No entanto, isso não significa que não haja solução. O cérebro tem plasticidade e é possível ressignificar experiências e aprender novas formas de interação.
Respeite os limites
A psicóloga destaca que se alguém que você conhece não gosta de abraços, isso não significa que essa pessoa não gosta de você. Cada um tem suas próprias vivências e limites, e respeitá-los é essencial.
Assim como algumas pessoas amam abraçar, outras se sentem desconfortáveis, e ambas as posições devem ser aceitas.
Para quem deseja entender melhor seus sentimentos em relação ao contato físico, a terapia pode ser um caminho para explorar e modificar padrões que não fazem mais sentido. O mais importante é que qualquer mudança seja feita no tempo e da maneira que a pessoa se sentir mais confortável.

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