Camisa Verde e Branco vai levar vida e obra de Cazuza para a avenida por admin | 2 de fevereiro de 2025 - 16:05 |2 de fevereiro de 2025 Sem categoria A Camisa Verde e Branco terá o cantor Cazuza como enredo para o Carnaval de 2025. O desfile da agremiação no sambódromo do Anhembi é assinado por Cahê Rodrigues, carnavalesco com passagens em escolas como Acadêmicos do Grande Rio, Portela e Imperatriz Leopoldinense, que fará sua estreia na escola no próximo Carnaval. Na época do anúncio do enredo, a mãe de Cazuza, Lucinha Araújo, elogiou a iniciativa da escola da Barra Funda, bairro da zona oeste de São Paulo. “É com muita honra que eu recebi essa comunicação, que eu adorei”, disse Lucinha. A homenagem a Cazuza não será a primeira da carreira de Cahê, que já fez enredos sobre Xu xa Meneghel (Caprichosos 2004), Zico (Imperatriz 2014), Zezé Di Camargo e Luciano (Imperatriz 2016) e Ruth de Souza (Acadêmicos de Santa Cruz 2019). No último carnaval, a agremiação ficou em 12º lugar, com um enredo em homenagem ao jogador de futebol Adriano Imperador. A escola também já teve desfiles sobre o cantor Elymar Santos, o sertanista Orlando Villas Bôas, João Cândido, Mário de Andrade e Carlinhos Brown. Veja como foi a trajetória de Cazuza. Agenor de Miranda Araújo Neto nasceu no Rio de Janeiro, em 4 de abril de 1958 e com a alcunha de Cazuza se tornou um dos grandes cantores da história do Brasil. Além disso, também era compositor, ator, poeta e letrista. Filho de Lucinha Araújo (1936) e do produtor musical João Araújo (1935-2013), Cazuza recebeu o apelido mesmo antes do nascimento. Ele sempre teve contato com a música, sendo fã de Cartola, outro Agenor, assim como de Dolores Duran, Lupicínio Rodrigues, Noel Rosa, Maysa e Dalva de Oliveira. Por volta de 1965, Cazuza começou a escrever letras e poemas, que mostrava à avó materna, Alice. Graças ao ambiente profissional do pai, Cazuza cresceu acompanhando nomes como Caetano Veloso, Elis Regina, Gal Costa, Gilberto Gil, João Gilberto, etc. Cazuza foi aprovado em Comunicação em 1976, mas desistiu do curso. Mais tarde, frequentou o Baixo Leblon, onde levou uma vida boêmia. Seu pai, João Araújo, criou um emprego para ele na gravadora Som Livre, da qual foi fundador e presidente. Na Som Livre, Cazuza trabalhou no departamento artístico, onde fazia triagem de fitas de novos cantores. Logo depois, trabalhou com assessoria de imprensa e fez um curso de fotografia na Universidade da Califórnia, em Berkeley, nos Estados Unidos. O Barão Vermelho era formado por Roberto Frejat (guitarra), Dé Palmeira (baixo), Maurício Barros (teclado) e Guto Goffi (bateria). Cazuza passou, então, a compor com Roberto Frejat, formando uma das duplas mais festejadas do rock brasileiro. A banda foi convidada a compor e gravar o tema do filme Bete Balanço, enquanto a canção impulsionou as vendas do terceiro disco do Barão, Maior Abandonado. Ele foi lançado em outubro de 1984, que conquistou disco de ouro. Em 15 e 20 de janeiro de 1985, o Barão Vermelho se apresentou na primeira edição do Rock in Rio. A apresentação da banda no quinto dia tornou-se antológica por coincidir com a eleição do presidente Tancredo Neves e com o fim da Ditadura Militar. Cazuza deixou a banda a fim de ter liberdade para compor e se expressar, musical e poeticamente, em julho de 1985. Suspeita-se que nesse mesmo ano, ele começou a ter febre diariamente, indícios da AIDS que se agravariam anos depois. Em outubro de 1985, foi internado para ser tratado de uma pneumonia. No mês seguinte, foi lançado o primeiro álbum solo, Exagerado. A faixa-título, composta em parceria com Leoni, se tornou um dos maiores sucessos e marca registrada do cantor. Um novo teste revelou que o cantor era portador do vírus HIV. Na época, ele foi levado pelos pais aos Estados Unidos, onde foi submetido a um tratamento à base de AZT durante dois meses no New England Hospital, de Boston. A turnê do disco Ideologia, dirigido por Ney Matogrosso, viajou por todo o Brasil. O Tempo Não Para, gravado no Canecão durante esta turnê, foi lançado em 1989. O disco se tornou o maior sucesso comercial superando a marca de 500 mil cópias vendidas. Em fevereiro de 1989, Cazuza declarou publicamente que era soropositivo, algo que ajudou no debate em relação à doença e aos efeitos dela. Burguesia (1989) foi gravado com o cantor numa cadeira de rodas e com a voz nitidamente enfraquecida. Foi o último disco gravado por Cazuza e vendeu 250 mil cópias. Em outubro de 1989, depois de quatro meses a base de um tratamento alternativo em São Paulo, Cazuza partiu novamente para Boston, onde ficou internado até março de 1990 voltando assim para o Rio de Janeiro. Em 7 de julho de 1990, Cazuza morreu em seu apartamento, em Ipanema, aos 32 anos, por um choque séptico causado pela AIDS. No enterro, no cemitério São João Batista, no Rio de Janeiro, compareceram mais de mil pessoas, entre parentes, amigos e fãs. Em 2004, foi lançado um filme que retrata a vida polêmica e intensa de Cazuza. Desde o começo da carreira, atuando no Circo Voador, o sucesso com o Barão Vermelho e carreira solo até a descoberta de sua doença e morte precoce em 1990. Adicionar aos favoritos o Link permanente.