Num duro golpe para os opositores de Maduro, presidente americano revoga programa federal, joga imigrantes no limbo e anuncia que ditador os receberá de volta. O governo Trump desferiu um golpe severo nos opositores de Nicolás Maduro ao revogar o direito de permanência a 300 mil venezuelanos que vivem nos EUA e foram repentinamente transformados em alvos de deportação.
A decisão do presidente, que na semana passada despachou um enviado especial a Caracas para negociar com o ditador venezuelano, equivale a uma facada nas costas dos exilados, conforme definiu o colunista Andrés Oppenheimer, do “Miami Herald”.
No total, estima-se que cerca 600 mil venezuelanos perderão o Status de Proteção Temporária (TPS na sigla em inglês), já que um outro grupo de 250 mil exilados também teve o benefício cortado, assim que o presidente assumiu o cargo.
“A ordem de deportação de fato de Trump afeta alguns de seus apoiadores mais fervorosos nos Estados Unidos — tanto eleitores quanto detentores do TPS”, atesta Oppenheimer.
Criado na década de 1990, o TPS é um programa federal concedido a pessoas que entraram nos EUA e não conseguem retornar ao seu país devido a condições locais, como guerras, desastres naturais ou crise política.
Os venezuelanos perfazem o maior grupo entre quase 1 milhão de estrangeiros, de 17 países, que desfrutam do benefício e têm autorização para trabalhar. São imigrantes que procuraram, pela via legal, a autorização para viver no país, amparados pelo estatuto. Fizeram o certo, mas, de acordo com a determinação do atual governo, em 60 dias estarão no limbo.
A diretora executiva do Caucus Venezuelano-Americano, Adelys Ferro, expressou a decepção com o presidente: “Muitos venezuelanos esperavam que Trump tomasse medidas para libertar nosso país, mas agora parece que ele está fazendo vista grossa.”
Numa transmissão ao vivo pelo Instagram, ela procurou tranquilizar a comunidade e antecipou que a entidade recorrerá da decisão. “Você não está sozinho. São tempos muito difíceis, que exigem união.”
O governo Biden concedeu duas autorizações para venezuelanos, em 2021 e 2023, justificando o colapso econômico do país sob o governo repressivo de Maduro. O TPS em validade de 18 meses, mas pode ser renovado indefinidamente se a situação do país não melhorar. Foi o que Biden fez antes de deixar o cargo, para assegurar amparo aos venezuelanos.
Com um chapéu de caubói num programa da emissora NBC, a atual secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, insistiu que os venezuelanos que imigraram para os EUA integram a gangue Tren de Aragua e desfrutam do TPS. Contudo, o departamento que ela dirige identificou apenas 600 pessoas em conexão com a rede de traficantes.
“Apenas uma pequena fração de venezuelanos está envolvida em atividades criminosas ou ligada a grupos como o Tren de Aragua, mas eles não representam a maioria dos imigrantes”, contrapôs Adelys Ferro, do Caucus Venezuelano-Americano.
Durante a campanha eleitoral, Trump repetiu muitas vezes, sem apresentar evidências, que o governo Maduro abriu as portas de prisões e instituições de saúde mental, permitindo que seus ocupantes migrassem para os EUA.
A visita de Richard Grennel, enviado especial de Trump a Caracas, desnorteou a oposição venezuelana. Ele esteve com Maduro no Palácio de Miraflores e trouxe de volta aos EUA seis prisioneiros americanos, libertados pelo regime. No sábado, o presidente americano anunciou que a Venezuela concordou em aceitar os imigrantes ilegais dos EUA, fornecendo inclusive o transporte.
A viagem do emissário de Trump foi encarada como um reconhecimento do governo americano ao terceiro mandato do ditador, que é contestado pela oposição e por boa parte da comunidade internacional. Mas a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, foi categórica ao negar que os EUA tenham legitimado a Presidência de Maduro.
“Não consigo me lembrar de outro presidente na história recente dos EUA virando as costas tão rapidamente para um eleitorado tão entusiasmado”, resumiu o colunista Oppenheimer em seu artigo.
A decisão do presidente, que na semana passada despachou um enviado especial a Caracas para negociar com o ditador venezuelano, equivale a uma facada nas costas dos exilados, conforme definiu o colunista Andrés Oppenheimer, do “Miami Herald”.
No total, estima-se que cerca 600 mil venezuelanos perderão o Status de Proteção Temporária (TPS na sigla em inglês), já que um outro grupo de 250 mil exilados também teve o benefício cortado, assim que o presidente assumiu o cargo.
“A ordem de deportação de fato de Trump afeta alguns de seus apoiadores mais fervorosos nos Estados Unidos — tanto eleitores quanto detentores do TPS”, atesta Oppenheimer.
Criado na década de 1990, o TPS é um programa federal concedido a pessoas que entraram nos EUA e não conseguem retornar ao seu país devido a condições locais, como guerras, desastres naturais ou crise política.
Os venezuelanos perfazem o maior grupo entre quase 1 milhão de estrangeiros, de 17 países, que desfrutam do benefício e têm autorização para trabalhar. São imigrantes que procuraram, pela via legal, a autorização para viver no país, amparados pelo estatuto. Fizeram o certo, mas, de acordo com a determinação do atual governo, em 60 dias estarão no limbo.
A diretora executiva do Caucus Venezuelano-Americano, Adelys Ferro, expressou a decepção com o presidente: “Muitos venezuelanos esperavam que Trump tomasse medidas para libertar nosso país, mas agora parece que ele está fazendo vista grossa.”
Numa transmissão ao vivo pelo Instagram, ela procurou tranquilizar a comunidade e antecipou que a entidade recorrerá da decisão. “Você não está sozinho. São tempos muito difíceis, que exigem união.”
O governo Biden concedeu duas autorizações para venezuelanos, em 2021 e 2023, justificando o colapso econômico do país sob o governo repressivo de Maduro. O TPS em validade de 18 meses, mas pode ser renovado indefinidamente se a situação do país não melhorar. Foi o que Biden fez antes de deixar o cargo, para assegurar amparo aos venezuelanos.
Com um chapéu de caubói num programa da emissora NBC, a atual secretária de Segurança Interna, Kristi Noem, insistiu que os venezuelanos que imigraram para os EUA integram a gangue Tren de Aragua e desfrutam do TPS. Contudo, o departamento que ela dirige identificou apenas 600 pessoas em conexão com a rede de traficantes.
“Apenas uma pequena fração de venezuelanos está envolvida em atividades criminosas ou ligada a grupos como o Tren de Aragua, mas eles não representam a maioria dos imigrantes”, contrapôs Adelys Ferro, do Caucus Venezuelano-Americano.
Durante a campanha eleitoral, Trump repetiu muitas vezes, sem apresentar evidências, que o governo Maduro abriu as portas de prisões e instituições de saúde mental, permitindo que seus ocupantes migrassem para os EUA.
A visita de Richard Grennel, enviado especial de Trump a Caracas, desnorteou a oposição venezuelana. Ele esteve com Maduro no Palácio de Miraflores e trouxe de volta aos EUA seis prisioneiros americanos, libertados pelo regime. No sábado, o presidente americano anunciou que a Venezuela concordou em aceitar os imigrantes ilegais dos EUA, fornecendo inclusive o transporte.
A viagem do emissário de Trump foi encarada como um reconhecimento do governo americano ao terceiro mandato do ditador, que é contestado pela oposição e por boa parte da comunidade internacional. Mas a porta-voz da Casa Branca, Karoline Leavitt, foi categórica ao negar que os EUA tenham legitimado a Presidência de Maduro.
“Não consigo me lembrar de outro presidente na história recente dos EUA virando as costas tão rapidamente para um eleitorado tão entusiasmado”, resumiu o colunista Oppenheimer em seu artigo.