Santa Catarina registrou mais de 100 mil casos de estelionato em 2024, um aumento de 6,2% em relação ao ano anterior, conforme o relatório de indicadores de criminalidade. Os golpes virtuais se tornaram o principal alvo dos criminosos, com sete em cada dez casos ocorrendo na internet.
Golpes virtuais representam 70% dos casos de estelionato em Santa Catarina – Foto: Reprodução/Freepik
De acordo com Ulisses Gabriel, delegado-geral da PCSC (Polícia Civil de Santa Catarina), o aumento dos números de golpes virtuais acompanha o avanço das investigações.
“Em um caso que investigávamos, inicialmente havia dez boletins de ocorrência relacionados ao mesmo golpe. Porém, após as prisões, identificamos entre 200 e 300 vítimas, o que impacta diretamente nos índices criminais”, explica.
Desde 2023, a PCSC (Polícia Civil de Santa Catarina) intensifica as operações da Delegacia de Defraudações e da Diretoria Estadual de Investigações Criminais, que atuam nos casos de estelionato.
Apenas três cidades do estado possuem delegacias especializadas no combate a crimes de estelionato – Foto: Polícia Civil/Divulgação/ND
Atualmente, Joinville, Florianópolis e Blumenau contam com delegacias especializadas no combate a crimes de estelionato. A escolha dessas cidades se deve ao fato de serem as maiores do estado, mas a atuação dessas delegacias abrange todo o território de Santa Catarina.
O que fazer ao cair nos golpes de estelionato?
O advogado Jair Haas representa vítimas de golpes virtuais em processos. Ele afirma que, por meios judiciais, é possível reaver valores perdidos nas fraudes.
No caso de transações via Pix, por exemplo, a orientação é registrar um Boletim de Ocorrência, solicitar o extrato bancário e buscar um advogado para a defesa.
Autoridades alertam para golpes online e orientam vítimas sobre como reaver valores perdidos – Foto: Freepik/Reprodução/ND
Haas afirma que o advogado buscará uma ação para bloquear os valores depositados nas contas de terceiros. “Normalmente são contas de laranjas e a Justiça concede a liminar para bloquear o dinheiro até o julgamento do processo”, explica.
Segundo Haas, o ressarcimento de pagamentos com cartão de crédito é facilitado. “A pessoa vai ao banco com um BO dizendo que não fez a transação. Se o banco não bloquear o cartão e cancelar a compra, a responsabilidade se torna do banco”, finaliza.