Aposentados e pensionistas do Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) terão mais tempo para quitar empréstimos consignados. Segundo comunicou o governo federal na noite desta quarta-feira (5), agora o período para quitação passa das atuais 84 para 96 parcelas (de sete para oito anos).
O consignado do INSS permite o desconto das parcelas diretamente da folha de pagamento do segurado. Os aposentados, pensionistas e demais beneficiários do INSS podem comprometer até 45% do benefício com o consignado, dos quais 35% ao empréstimo pessoal, 5% ao cartão de crédito consignado e 5% ao cartão de benefício.
De acordo com o governo, a decisão também beneficia famílias que recebem o Benefício de Prestação Continuada (BPC).
Prestações menores
Segundo o ministro da Previdência Social, Carlos Lupi, o INSS igualou o prazo do consignado ao do praticado na mesma modalidade de crédito aos servidores públicos, o que vai reduzir o valor das prestações.
“Chegamos à decisão no começo deste ano pela quantidade de empréstimos consignados que existe, mais de 16 milhões, e pelo aperto que as pessoas passam”, declarou Lupi.
A extensão do prazo vale tanto para quem tem o crédito consignado tradicional, o cartão de crédito consignado e o cartão consignado de benefício.
Segundo o ministro, nos três casos, o segurado poderá renovar o crédito com mais 12 meses de prazo para pagar. A Previdência e o INSS fizeram simulações que mostraram vantagens das novas regras aos bancos, porque a inadimplência é próxima de zero nessa modalidade.
Na entrevista coletiva desta quarta, o presidente do INSS, Alessandro Stefanutto, disse que o aumento do prazo não muda a situação prática, em que a maioria dos tomadores chegam ao fim de um empréstimo contratando outro.
“A gente dá uma chance maior de ele não ficar tentado replanejando, reprogramando”, justificou Stefanutto.
Teto de juros
O aumento no prazo ocorre cerca de um mês após o Conselho Nacional de Previdência Social (CNPS) aprovar o aumento no teto de juros no crédito consignado do INSS, passando de 1,66% para 1,8% ao mês. O teto dos juros do cartão de crédito consignado foi mantido em 2,46% ao mês.
A elevação deveu-se aos recentes aumentos na Taxa Selic (juros básicos da economia), atualmente em 13,25% ao ano. Com as altas nos juros básicos, os bancos pararam de oferecer o crédito consignado do INSS.
O ministro da Previdência evitou afirmar se o teto do consignado continuará a subir, mesmo com o Banco Central confirmando mais uma alta de 1 ponto percentual na Selic.
Com informações da Agência Brasil