Síndrome de HELLP: por que complicação que levou à morte da filha de Lexa é tão rara e grave

A perda da bebê de Lexa, causada pela síndrome de HELLP, trouxe à tona a gravidade dessa condição obstétrica rara. A síndrome é uma forma severa de pré-eclâmpsia e caracterizada pela destruição das células vermelhas do sangue (hemólise), elevação das enzimas hepáticas e baixa contagem de plaquetas.

A pré-eclâmpsia pode se manifestar a partir da 20ª semana de gravidez e é mais frequente no terceiro trimestre – Foto: Lexa/@lexa/Instagram
Embora a condição seja mais comum a partir da 20ª semana de gestação ou no período pós-parto imediato, a sua evolução rápida pode trazer sérias complicações, como a morte fetal, como foi o caso da cantora.
A síndrome de HELLP, que afeta uma em cada 1 mil a 2 mil gestações, exige diagnóstico e intervenção imediatos para evitar consequências graves para a mãe e o bebê.
Sintomas e diagnóstico da síndrome de HELLP
Os sintomas da síndrome de HELLP podem ser sutis e facilmente confundidos com outras condições. Entre os sinais de alerta estão:

Dor no quadrante superior direito do abdômen ou dor epigástrica;
Náuseas e vômitos persistentes;
Cefaleia intensa;
Alterações visuais;
Fadiga ou mal-estar generalizado.

Conforme o Manual MSD, o diagnóstico é confirmado por meio de exames laboratoriais que evidenciam hemólise, elevação das enzimas hepáticas e trombocitopenia (baixa contagem de plaquetas). É crucial que profissionais de saúde estejam atentos a esses sinais para um diagnóstico precoce.
Fatores de risco
Embora a causa exata da síndrome de HELLP não seja compreendida, alguns fatores podem aumentar o risco de seu desenvolvimento:

Histórico de pré-eclâmpsia ou eclâmpsia em gestações anteriores;
Idade materna acima de 35 anos;
Obesidade;
Doenças autoimunes;
Diabetes mellitus.

A síndrome de HELLP, que afeta uma em cada 1 mil a 2 mil gestações, exige diagnóstico e intervenção imediatos – Foto: Pixabay/Reprodução
A prevenção da síndrome de HELLP está ligada às medidas de prevenção adequadas da pré-eclâmpsia. Por isso, a OMS Organização Mundial de Saúde) recomenda que sejam adotadas medidas preventivas, como:

Suplementação de cálcio: em populações com baixa ingestão de cálcio, a suplementação durante a gravidez (1,5 a 2,0 g/dia) é recomendada para reduzir o risco de pré-eclâmpsia.
Uso de ácido acetilsalicílico (aspirina): a administração de baixas doses de aspirina (75 mg) é recomendada para a prevenção da pré-eclâmpsia em mulheres com alto risco de desenvolver a condição.
Monitoramento regular: consultas pré-natais frequentes para monitorar a pressão arterial e realizar exames laboratoriais são essenciais para a detecção precoce de alterações sugestivas de pré-eclâmpsia ou síndrome de HELLP.

O que fazer após o diagnóstico?
Ainda segundo a OMS, após o diagnóstico da síndrome, os cuidados médicos devem ser imediatos e intensivos. As principais intervenções incluem:

Estabilização materna: controle rigoroso da pressão arterial e prevenção de convulsões com o uso de sulfato de magnésio.
Avaliação da maturidade fetal: administração de corticosteroides para acelerar a maturação pulmonar fetal, caso a gestação esteja abaixo de 34 semanas.
Interrupção da gestação: o parto é a única cura definitiva para a síndrome de HELLP. A decisão sobre o momento e a via de parto deve considerar a gravidade do quadro materno e a idade gestacional.

Segundo o “Manual Técnico de Gestação de Alto Risco” do Ministério da Saúde, todas as gestantes com síndrome de HELLP devem ser tratadas em unidades de cuidados intensivos ou intermediários até a estabilização do quadro clínico.
Caso Lexa
Cantora anuncia morte de filha – Foto: Lexa/@lexa/Instagram
Recentemente, a cantora Lexa compartilhou a trágica perda de sua filha, Sofia, que faleceu três dias após o nascimento prematuro. Lexa desenvolveu uma pré-eclâmpsia precoce que evoluiu para a síndrome de HELLP, resultando na necessidade de um parto emergencial com apenas 25 semanas de gestação.
Em suas redes sociais, a cantora desabafou sobre a dor da perda e os desafios enfrentados durante a gestação.
O Ministério da Saúde cita que a síndrome de HELLP é uma emergência obstétrica que requer diagnóstico precoce e manejo agressivo para garantir a segurança materna e fetal. Por isso, a conscientização sobre os sintomas e fatores de risco, aliada a um acompanhamento pré-natal adequado, são fundamentais para a prevenção e tratamento eficaz dessa condição.

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Olho inchado e náuseas: os sinais sorrateiros da pré-eclâmpsia, que deixou Lexa em estado grave – Lexa/@lexa/Instagram

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Na época, a cantora havia publicado nas suas redes sociais que não iria participar do carnaval neste ano – Lexa/@lexa/Instagram

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A pré-eclâmpsia pode se manifestar a partir da 20ª semana de gravidez e é mais frequente no terceiro trimestre – Lexa/@lexa/Instagram

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Lexa havia colocado a filha como prioridade após decidir que não iria desfilar no carnaval – Lexa/@Lexa/Instagram

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