
Eles afirmam que sofrem ameaças e provocações dele desde 2023. Denúncias de violação de direitos humanos tiveram aumento nas duas maiores cidades da região. Denúncias de violação de direitos humanos têm alta de 24,1% na região de Campinas
Um casal de Piracicaba (SP) denuncia um vizinho que os atropelou por intolerância religiosa. Eles afirmam que sofrem ameaças e provocações dele desde 2023.
O cotovelo da especialista de operações em negócios internacionais Ágatha Tochetti de Oliveira está ralado e os hematomas espalhados pelo corpo.
“Eu estou com o movimento reduzido, eu não consigo esticar, levantar o braço, porque eu estou operada faz 30 dias. Na hora que eu senti que ia ter a queda, porque ele acelerou o carro, eu acabei abraçando a minha barriga para não ter um impacto nela”, conta ela.
Ágatha mostra cotovelo ralado após acidente
Reprodução
“E aí a gente até não acreditou que ele poderia fazer algo do tipo. A gente acreditou que ele iria apenas dar um susto na gente. Foi a gente virar a rua, ele acelerou mais ainda o carro e jogou o carro em cima da nossa moto”, acrescenta a denunciante.
De acordo com a Ágatha, essa atitude violenta tem um motivo.
“Por conta de intolerância religiosa. Desde setembro de 2023, a gente tem problema com esse vizinho, e o problema não foi nem porque houve provocação da nossa parte, música alta, não. Ele viu a gente chegando de um evento do terreiro que nós frequentávamos, e eu estava exatamente vestida dessa maneira. Eu estava com um pano de cabeça, roupa branca e guia”.
Episódios anteriores
Em 2023, ela já tinha feito um boletim de ocorrência contra o agressor por injúria. Ágatha e o marido contam que nesses dois anos conviveram com ameaças e provocações do vizinho.
“E quando ele viu que essas duas maneiras não assustou a gente, ele voltou, a esposa dele gritou se a gente já tinha matado alguém, porque ele já. Então, ele voltou, foi para dentro e veio com uma arma de fogo e ficou nos ameaçando”, diz Ágatha.
Boletim de ocorrência registrado pelo casal
Reprodução
Agora que o caso chegou numa condição extrema e eles estão muito assustados, ela e o marido, o gestor comercial Gabriel Barreto de Oliveira, resolveram mudar de casa.
“A gente saiu da casa, a gente já estava programado a sair da casa na próxima semana, duas semanas depois, mas com todos esses fatos, a gente teve que adiantar tudo em um dia. Então, a gente juntou todas as caixas, fez a mudança, tudo em um dia. E, mesmo assim, fazendo a mudança, o pessoal que estava lá, meus pais, minha sogra, a gente ficou com receio de que ele aparecesse lá e acontecesse outra coisa”, recorda ele.
Depois do atropelamento, o casal registrou um boletim de ocorrência e pede investigação.
“Que a justiça seja feita com todo fervor. Já tem os advogados em cima, a gente está em contato com os direitos humanos, o pessoal do Ministério Público entrou em contato com a gente também e a gente quer ir até o final disso, pra que não aconteça nem com a gente, nem com outras pessoas”, acrescenta Gabriel.
Casos têm aumento
Os números de denúncias de violação de direitos humanos tiveram aumento em Piracicaba (SP) e Limeira (SP) no primeiro bimestre deste ano, na comparação com o mesmo período de 2023.
Os dados são do Painel de Dados da Ouvidoria Nacional de Direitos Humanos e mostram que, em Piracicaba, foram 240 registros em janeiro e fevereiro de 2024, enquanto neste ano foram 361, o que representa um aumento de 50,4%. Já em Limeira, a alta foi de 15,3% – de 132 para 151 denúncias.
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