
Já faz 23 anos que a USP desafia os estudantes brasileiros a se tornarem cientistas, a usarem a tecnologia para resolver problemas do nosso dia-a-dia. Estudantes apresentam invenções em feira em SP
Cientistas muito jovens estão expondo os inventos deles em São Paulo.
Os desafios que afligem o planeta mobilizam estudantes dos ensinos fundamental, médio e técnico de escolas de todo país.
“Nos últimos anos, houve um crescente aumento nesse número de focos de incêndio, especialmente nas áreas de rica biodiversidade como a Amazônia, Cerrado e Pantanal”, diz o estudante Arthur Ruschel, de 18 nos.
Arthur e seu xará, de Porto Alegre, criaram um nano satélite com oito sensores que avisam onde há focos de queimadas. É cerca de 90% mais barato do que os modelos disponíveis no mercado e pode ser acoplado em drones e balões meteorológicos.
“Dá para dizer que a nossa meta principal é estar ajudando a mitigar os efeitos que as mudanças climáticas têm nessas queimadas”, afirma o estudante Arthur Volkmer, de 17 anos.
Os corredores da USP ficaram cheios de estudantes, professores e investidores interessados nas soluções inovadoras e baratas apresentadas em uma feira de ciências e engenharia. O site que o Éric Carvalho Figueira, de 18 anos, desenvolveu consegue identificar, por meio da inteligência artificial, se uma mensagem de áudio é verdadeira ou falsa.
“É uma ferramenta muito importante para minimizar os riscos que as deepfakes de áudio podem trazer para a sociedade”, diz Éric.
Já faz 23 anos que a USP desafia os estudantes brasileiros a se tornarem cientistas, a usarem a tecnologia para resolver problemas do nosso dia-a-dia. Dos mais de 2 mil projetos inscritos, 300 foram selecionados para participar da feira em São Paulo. Os nove melhores trabalhos têm inscrição garantida em uma feira de inovação nos Estados Unidos.
A coordenadora do evento na USP diz que há muitas mentes brilhantes nas nossas escolas e que é preciso incentivá-las o quanto antes:
“Isso tem que ser cultivado desde as séries iniciais e fazer projetos. Essa é a melhor forma”, afirma Roseli de Deus Lopes, professora titular da Escola Politécnica da USP e coordenadora-geral da Febrace.
O drama dos alagamentos inspirou os alunos de uma escola municipal de Sapiranga, no Rio Grande do Sul. Eles criaram um sistema de monitoramento, abastecido com energia solar, que emite alertas para o celular quando o volume de chuva atinge um nível crítico.
“É só olhar as notificações. Está na hora de sair, está na hora de evacuar, vai acontecer uma enchente, pega suas coisas e vamos embora”, diz a estudante Maria Luiza da Silva Trott, de 15 anos.
“A gente quer ajudar pessoas a conseguirem se salvar porque é uma situação muito delicada, sabe? Todo mundo deveria usar a tecnologia para o bem delas quanto dos outros”, afirma o estudante Kayron Ventunes Sanches, de 15 anos.
Cientistas muito jovens expõe inventos em São Paulo
Reprodução/TV Globo