“Gestão financeira consistente e equilibrada”, é assim que a metalúrgica Tupy, de Joinville, resume o seu crescimento e números conquistados em 2024. A geração de caixa operacional atingiu R$ 1,4 bilhão, um recorde em toda a trajetória da empresa do Norte catarinense.
Com R$ 1,4 bilhão, metalúrgica de SC registra maior caixa da história – Foto: Divulgação/Tupy/ND
A multinacional ainda registrou EBITDA (Lucros antes de Juros, Impostos, Depreciação e Amortização) ajustado de R$ 1,3 bilhão, o maior valor da história da companhia, com crescimento de 2% na comparação anual e margem de 12,1%, frente ao mesmo período de 2023.
De acordo com a Tupy, a relação dívida líquida sobre o EBITDA ajustado foi de 1,8x, patamar confortável e em linha com os indicadores históricos. “Refletindo uma gestão financeira consistente e equilibrada”, afirmou a companhia.
Ano desafiador para metalúrgica
Em 2024, a Tupy atingiu receita líquida de R$ 10,7 bilhões, queda de 6% em relação ao ano anterior, impactada pela retração de volumes. No entanto, ganhos de eficiência operacional, a valorização do dólar e o crescimento de cerca de 20% na receita da MWM contribuíram para minimizar essa redução. O lucro líquido do período foi de R$ 82 milhões.
Durante o último ano, a Tupy ainda obteve avanços na gestão dos negócios e fortaleceu as operações, aproveitando oportunidades de eficiência para um crescimento sustentável. A conclusão do projeto está prevista para o final de 2025, com a concentração da produção em ativos mais eficientes, o que deve resultar em uma redução de custos superior a R$ 150 milhões anuais.
“Apesar da redução no volume de vendas, as margens do negócio tradicional foram ampliadas. Incorporamos novos contratos de manufatura e seguimos investindo em novos negócios que, embora não impactem positivamente nas receitas ainda, têm alto potencial de crescimento e escalabilidade. Nossos resultados refletem a execução das ações planejadas, a confiança nas perspectivas futuras e, acima de tudo, o comprometimento de todos os times da companhia”, afirmou o CEO da Tupy, Fernando de Rizzo.
Planos futuros
A partir do segundo semestre de 2025, a Tupy espera uma recuperação nas vendas, impulsionada pelo crescimento econômico, reposição de frota, melhora nos indicadores setoriais e expectativa de pre-buy diante da nova regulação de emissões nos Estados Unidos, em 2027.
Além disso, novos produtos, mais complexos e com margens atrativas, incluindo serviços de alto valor agregado, entrarão em produção. Com os investimentos já realizados, os projetos começarão a gerar receita ainda em 2025.
Recentemente, a companhia fechou dois novos contratos com duas montadoras de caminhões para o desenvolvimento e produção de componentes estruturais de veículos extrapesados. Esses acordos irão gerar receitas adicionais de R$ 250 milhões por ano.
Em um dos contratos, a Tupy será responsável pela fabricação, usinagem e pré-montagem de cabeçote de motor, com entregas a partir de 2027. No outro projeto, que terá início em 2028, a Tupy fabricará o bloco de motor que será utilizado nas gerações futuras de motores desta montadora, a plataforma de motor mais vendida do mundo para caminhões pesados.