Após duas décadas, câmera hiperbárica passa a funcionar em Fernando de Noronha, diz associação de mergulho da ilha


Equipamento pode ser usado no tratamento de pacientes que sofrerem acidentes em mergulhos autônomos. Treinamento para uso da câmera foi realizado em Noronha
Anema/Divulgação
Após duas décadas, a câmera hiperbárica passa a ser usada plenamente em Fernando de Noronha. A informação foi divulgada pela Associação Noronhense de Empresa de Mergulho Autônomo (Anema). O equipamento pode ser utilizado no tratamento de pessoas em possíveis acidentes em mergulhos, quando ocorre a chamada doença descompressiva.
O curso de “Operador de câmara hiperbárica” foi realizado de 29 de agosto a 1º de setembro na ilha. Médicos e enfermeiros do Hospital São Lucas e instrutores de mergulho participaram do treinamento em que aprenderam a utilizar o equipamento.
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A ação foi promovida em parceria pela Anema e Administração de Noronha. A câmera foi instalada numa área anexa ao Hospital São Lucas.
Representante da Anema, Antônio Gomes contou que o equipamento foi adquirido pela associação e chegou a Fernando de Noronha em 2004.
“O equipamento chegou na ilha há 20 anos. Por 11 anos, tivemos uma série de impasses de local para instalação, regularização da Anvisa [Agência Nacional de Vigilância Sanitária], entre outros. Em 2015, o então administrador da ilha, Luís Eduardo Antunes, inaugurou o equipamento”, disse Antônio Gomes.
Em 2016, foi realizado o primeiro curso para operação da câmera, mas o equipamento só foi usado em treinamentos, ainda de acordo com Antônio Gomes. “Realizamos agora o segundo curso para operação do equipamento. A câmera está 100% operacional”, declarou.
O médico Eduardo Vinhaes comandou o segundo curso. “Esse é um equipamento de tratamento de saúde, é considerado um material de alta tecnologia. O curso que ministramos tem certificado internacional, e todos os alunos estão treinados para operarem a câmera”, disse o médico.
Profissionais de saúde de Fernando de Noronha foram capacitados para usar o equipamento
Anema/Divulgação
Segundo especialistas, o paciente respira, durante o tratamento, oxigênio puro em um ambiente pressurizado a níveis superiores à pressão atmosférica normal. Além disso, a terapia pode ser usada para tratar várias condições médicas, como feridas de difícil cicatrização e infecções graves.
A diretora do Hospital São Lucas, Maria Teresa Pinheiro, participou da capacitação e enfatizou a importância de saber utilizar o equipamento. “A importância desse treinamento é que estaremos preparados para qualquer intercorrência. Trabalhamos 100% com a prevenção, mas, caso ocorra a necessidade, estaremos prontos para atuar e operar a câmera hiperbárica”, contou.
A mergulhadora e bióloga Zaira Matheus fez o treinamento. “Achei o curso excelente. A câmera hiperbárica vem auxiliar nas operações de mergulhos, é um recurso a mais de segurança. Nós temos, em Noronha, um índice baixo de acidentes. Agora temos vários operadores de câmera formados. Numa eventual emergência, podemos atuar”, afirmou.
Segundo a Anema, houve cerca de 30 mil mergulhos na área do Parque Nacional Marinho, na ilha, em 2023. “Noronha é um destino importante para o mergulho, recebemos turistas do Brasil e do mundo inteiro para praticar a atividade. A água é limpa e transparente, e temos pontos de mergulho variados. A atividade é muito segura e esperamos nem precisar usar a câmera hiperbárica”, disse Zaira.
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