Ao todo, foram adquiridos 5 mil cursos, ao custo de R$ 1, 2 mil cada. Sedhs diz que compra reflete compromisso ‘com o bem-estar e desenvolvimento dos servidores’. Vista do alto do Paço Municipal de Goiânia, Goiás
Divulgação/Prefeitura de Goiânia
A Polícia Civil investiga a aquisição de cursos motivacionais realizada pela Prefeitura de Goiânia. De acordo com os registros, o valor total da compra foi de R$ 6,1 milhões. Ao todo, foram adquiridos 5 mil cursos, ao custo de R$ 1, 2 mil cada.
“A Polícia Civil de Goiás informa que, ao tomar conhecimento do fato, deu início às investigações para a elucidação do denunciado”, disse a Polícia Civil.
As compras foram feitas em julho deste ano, por meio da adesão a uma ata de pregão eletrônico do Consórcio Intermunicipal da Região Central do Estado de São Paulo (Concen) – a modalidade é usada para pegar “carona” em outro processo licitatório. Na justificativa, foi argumentado que “a inteligência emocional é crucial para o sucesso profissional e pessoal, especialmente em ambientes de trabalho que lidam com altos níveis de estresse e pressão, como o setor público”.
Em nota, a Secretaria Municipal de Desenvolvimento Humano e Social (Sedhs), responsável pela compra, afirmou que a aquisição do livro e do acesso à plataforma digital com cursos e tutoriais reflete “o compromisso da Sedhs com o bem-estar e o desenvolvimento dos servidores”. A secretaria destacou que, após a pandemia de Covid-19, muitos servidores enfrentam dificuldades relacionadas à socialização, sinergia e produtividade, especialmente no que diz respeito à saúde mental – leia a nota na íntegra ao final do texto.
Secretaria de Educação
A Secretaria Municipal de Educação (SME) de Goiânia também aderiu, no início de setembro, à ata do Concen para a compra de livros paradidáticos. A aquisição, no valor de R$ 26,9 milhões, é destinada a materiais didáticos para alunos do 1º ao 9º ano da rede municipal de ensino.
O Tribunal de Contas dos Municípios de Goiás (TCM-GO) suspendeu a compra na quarta-feira (10), justificando a “celeridade desproporcional” da contratação e a falta de justificativas adequadas para a adesão. A suspensão ocorreu a pedido do Ministério Público de Contas (MPC), que apontou irregularidades na gestão do contrato.
Segundo o TCM, os gestores têm um prazo de três dias úteis para apresentar defesa e comprovar o cumprimento da medida cautelar, sob pena de sanções, que podem incluir multa e afastamento de funções. O g1 questionou a SME sobre a situação, às 18h desta quinta-feira (10), mas não obteve retorno até a última atualização da reportagem.
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