Ele estava internado no CTI do Hospital Dilson Godinho desde o dia 30 de abril e faleceu por volta das 3h deste sábado (11). O cantor, compositor e escritor tinha mais de 2.500 músicas gravadas. Téo Azevedo morreu aos 80 anos
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Morreu na madrugada deste sábado (11) o artista norte-mineiro Téo Azevedo, aos 80 anos. Ele estava internado no CTI do Hospital Dilson Godinho desde o dia 30 de abril e faleceu por volta das 3h. A causa da morte foi encefalite – uma doença rara que causa Inflamação do cérebro- somada a meningite fungica, segundo a família.
Nascido em Alto Belo, distrito de Bocaiuva, Téo era um ícone da cultura regional. O cantor, compositor e escritor tinha mais de 2.500 músicas gravadas, três mil trabalhos, 100 histórias de cordel escritas e 12 livros publicados. Muitas músicas foram interpretadas por grandes ícones da música brasileira como Zé Ramalho e Luiz Gonzaga.
Em 2013, o artista foi vencedor do prêmio Grammy Latino nos Estados Unidos com o álbum “Salve Gonzagão 100 anos”, na categoria melhor álbum de raiz. O artista completou 80 anos em junho de 2023 e foi homenageado na 30ª edição da Festa Nacional do Pequi.
“A festa tem no seu DNA, na sua realização a valorização de todas as coisas do cerrado, e os 80 anos do Téo foi o melhor motivo pra gente nos reunir em torno da cultura do cerrado, em torno da cultura geraizeira. Ele fez a festa, trouxe muitos amigos, promoveu muitos violeiros, trouxe a Folia de Alto Belo e deu uma alma diferente e se proclamou mais uma vez como rei do pequi”, relembrou a secretária de Cultura, Júnia Rebelo, em entrevista à Inter TV.
“Ele sempre buscou o incentivo a toda cultura popular da região, então quando a gente fala de Téo Azevedo, a gente fala do artista que nos representa, que tem a alma norte-mineira, que tem o andar e o canto de Alto Belo, das folias de reis de toda a região e que colocou isso em nível internacional que nos levou a outros patamares”, disse a secretária.
O corpo do artista está sendo velado no Memorial Santa Casa onde familiares e amigos prestam as últimas homenagens. A partir das 18h, o velório será realizado no distrito de Alto Belo, onde também acontecerá o sepultamento neste domingo (12), às 16 horas, no Memorial Téo Azevedo.
“A importância de Téo Azevedo na cultura popular é extraordinária. […] Ele foi um lutador incansável pela cultura popular catrumana. É um grande vazio que nós vamos sentir, deixa uma lacuna muito grande a perda desse grande defensor da nossa cultura”, lamentou o amigo e compositor, Tino Gomes.
Notas de pesar
A Universidade Estadual de Montes Claros divulgou nota de pesar e disse que Téo Azevedo deixou um legado“para a cultura e as artes, especialmente, para a música de raiz e arte catrumana, com uma elevada contribuição para a preservação da nossa história, dos nossos costumes e de nossas tradições”.
Na nota, a Unimontes destacou os trabalhos desenvolvidos pelo artista.
“Entre os trabalhos produzidos por Téo Azevedo em parceria com a Unimontes está a gravação do CD “Choro do Cerrado”, viabilizada por meio do Projeto Roda de Choro, que contou também com o apoio do Conservatório Estadual de Musica Lorenzo Fernandez (CELF). O CD reúne gravações de músicas do cantor e compositor”.
A Prefeitura de Montes Claros também divulgou se manifestou por meio de nota e se solidarizou com a família do artista.
“Emudece neste 11 de maio, aquele que dedilhava a viola e era considerado um defensor das últimas trincheiras da cultura popular de resistência do Brasil com “s” que tinha o costume de falar. Téo Azevedo era considerado um Menestrel Sertanejo que, por meio da sua arte, espraiou a cultura norte-mineira por este mundo afora, em milhares de canções e dezenas de livros”.
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Morre, aos 80 anos, o artista norte-mineiro Téo Azevedo; relembre a trajetória
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