Emilia Pérez, um filme de impacto global, se tornou o longa-metragem de língua não inglesa mais indicado na história do Oscar, com 13 indicações, incluindo Melhor Filme, Melhor Direção e Melhor Atriz. No entanto, por trás do sucesso, surgem várias polêmicas.
Trama recebeu 13 indicações ao Oscar – Foto: Reprodução/ND
O enredo de Emília Pérez
Na trama de Emilia Pérez, uma advogada é abordada por um chefão do tráfico de drogas para ajudá-lo a realizar o seu maior sonho: uma cirurgia de redesignação sexual, a fim de poder viver como mulher. Selena Gomez interpreta a esposa da criminosa, vivida por Karla Sofía Gascón.
Ele faz a transição para se tornar mulher e busca restaurar a justiça pelos “desaparecidos” do país — pessoas mortas e ausentes, vítimas da violência relacionada aos crimes e às drogas.
Emilia Pérez, do diretor e roteirista francês Jacques Audiard, ganhou em maio o prêmio do júri do Festival de Cannes, na França, e um prêmio conjunto para suas quatro principais atrizes.
Polêmicas
A principal polêmica envolvendo Emilia Pérez é sua representação do México, que sofreu críticas cada vez mais fortes ao longo da temporada de premiações.
Antes mesmo da estreia do filme no país, críticos e figuras da indústria cinematográfica mexicana já se queixavam da participação inexpressiva de mexicanos na equipe e no seu elenco principal e da própria representação do país em si.
Falta de representatividade foi um dos principais pontos apontados – Foto: Reprodução/ND
O editor de som do filme, Cyril Holtz, revelou o uso de ferramentas de inteligência artificial para ajustar a voz de Karla Sofía Gascón, protagonista da produção.
Segundo Holtz, a IA foi empregada para auxiliar na performance vocal da atriz em cenas musicais, devido às dificuldades impostas pelos medicamentos usados no processo de transição de gênero.
Produção francesa e elenco com poucos mexicanos atraiu críticas – Foto: Reprodução/ND
Outro ponto é que embora seja ambientado no México e traga personagens mexicanos, o filme foi escolhido como representante da França ao Oscar.
O diretor francês Jacques Audiard, responsável pela produção, gerou controvérsias ao revelar que não realizou pesquisas sobre o México para compor a história.
Além disso, o título foi criticado por não abordar de forma sensível algumas questões complexas da sociedade mexicana e conta com um elenco majoritariamente estrangeiro, o que intensificou as críticas sobre a falta de representatividade.