Você já ouviu falar na síndrome do pão ralado? O surgimento das redes sociais transformaram a forma como nos relacionamos. Embora facilitem a comunicação, também altera profundamente os relacionamentos amorosos. Nesse cenário, o termo “breadcrumbing” (pão ralado, em tradução livre) tem ganhado destaque como uma prática tóxica que pode comprometer relacionamentos saudáveis.
Conheça a síndrome do pão ralado e veja como se livrar das armadilhas – Foto: Canva/ND
A psicóloga Sara Kuburic, conhecida como “terapeuta millennial” no Instagram, abora o tema. Para ela, a chave para evitar amarilhas como a síndrome do pão ralado é simples, mas poderosa: autoconhecimento e definição de limites.
É importante destacar que a chamada síndrome do pão ralado não é um termo reconhecido oficialmente pela medicina ou psicologia, me consta em manuais diagnósticos como o DSM-5. O nome original “breadcrumbing”, é uma expressão em inglês usada de maneira coloquial que descreve um comportamento específico em relacionamentos. No Brasil, o termo foi traduzido de maneira informal para síndrome do pão ralado, mas trata-se de uma metáfora e não de uma condição clínica ou transtorno psicológico.
O que é a síndrome do pão ralado?
A síndrome do pão ralado é o ato de oferecer pequenos sinais de interesse, como mensagens esporádicas ou elogios ocasionais, sem a intenção real de compromisso. É uma estratégia que mantém a outra pessoa emocionalmente envolvida, mas evolução na relação. Conforme a psicologia, esse comportamento gera insegurança e desencadeia sentimentos de frustração, ansiedade e baixa autoestima.
Conforme um estudo publicado no Journal of Social and Personal Relationships, comportamentos como a síndrome do pão ralado podem ser emocionalmente desgastantes, sobretudo para jovens que já enfrentaram maior exposição online.
A pesquisa revela que a falta de clareza nos relacionamentos digitais aumenta a confusão e reduz a confiança entre as partes envolvidas.
Redes sociais: aliadas ou vilãs dos relacionamentos?
Síndrome do pão ralado: as redes sociais são vilãs ou aliadas dos relacionamentos – Foto: Canva/ND
A psicóloga destaca que as redes sociais ampliaram as possibilidades de interação, mas também criaram um cenário de exposição exagerada e comparações irreais. “Hoje, há tanto barulho no universo online que as pessoas têm dificuldade em descobrir quem realmente são e o que desejam”, afirma a Kuburic.
Além do “breadcrumbing”, Kuburic menciona outros comportamentos nocivos comuns nas redes, como:
Ghosting: o desaparecimento repentino sem explicações.
Gaslighting: manipular a outra pessoa para que questione sua percepção da realidade.
Esses padrões, além de desrespeitosos, podem causar impactos psicológicos profundos, incluindo baixa autoestima, desconfiança e medo de novos relacionamentos.
Como evitar a síndrome do pão ralado e construir relações saudáveis?
Kuburic revela que o primeiro passo é aprender a se valorizar e adotar o amor-próprio. “Antes de buscar uma conexão significativa com outra pessoa, é essencial reconhecer suas próprias necessidades e estabelecer limites claros”, explica.
Estudos reforçam que praticar a comunicação assertiva e identificar sinais de relações tóxicas ajudam a fortalecer a saúde emocional e a evitar relacionamentos prejudiciais.
Estudos reforçam que praticar a comunicação assertiva e identificar sinais de relações tóxicas ajudam a fortalecer a saúde emocional e a evitar relacionamentos prejudiciais – Foto: Canva/ND
A psicóloga propõe reflexões como:
Estou me sentindo respeitado e valorizado nesta relação?
Minhas necessidades estão sendo atendidas?
Estou priorizando minha felicidade ou apenas tentando agradar o outro?
Segundo Kuburic, colocar limites é um gesto de amor-próprio e respeito mútuo. Esses limites não apenas promovem segurança, mas também abrem espaço para relações mais autênticas.
No mundo hiper conectado de hoje, é fundamental encontrar equilíbrio entre as interações online e as necessidades emocionais reais. Evitar práticas como a síndrome do pão ralado começa com o autoconhecimento e com a disposição para se priorizar. Relacionamentos saudáveis exigem diálogo, clareza e reciprocidade — valores que não podem ser negociados, seja no mundo digital ou fora dele.