A cidade de Campos Novos, no Meio-Oeste de Santa Catarina, enfrenta uma das piores estiagens dos últimos anos e deve decretar situação de emergência nos próximos dias. O relatório técnico, solicitado pela prefeitura, embasará o decreto, que ainda não foi oficialmente publicado.
Campos Novos enfrenta uma das piores estiagens e deve decretar situação de emergência – Foto: Divulgação/Internet/ND
Segundo um levantamento da Epagri, as perdas econômicas já chegam a R$ 44,7 milhões, afetando diretamente a produção agrícola. As principais atividades afetadas são o cultivo de soja, milho e a pecuária leiteira, setores essenciais para a economia local.
A seca atingiu seu pico entre dezembro e janeiro, impactando cerca de 70% do território municipal e prejudicando aproximadamente 1.100 famílias.
Epagri confirma laudo sobre situação de emergência
Em entrevista, um engenheiro da Epagri Campos Novos explicou que a entidade tem a função de avaliar e estimar as perdas agrícolas, mas as medidas emergenciais cabem à administração municipal:
“Sim, eu gravei a entrevista ontem porque foi feito o laudo, então essa é a responsabilidade da Epagri: elaborar o laudo e estimar as perdas. Mas nós não temos as ações em cima disso. O que posso dizer é que não foi só Campos Novos que elaborou o laudo e está para decretar estado de emergência.”
A reportagem da NDTV entrou em contato com a Prefeitura de Campos Novos para obter mais informações e a previsão para a publicação do decreto, mas até o momento não houve resposta e o espaço segue em aberto para manifestação.
Outros municípios já decretaram situação de emergência
Além de Campos Novos, Monte Carlo, Celso Ramos, Vargem e Herval do Oeste já decretaram situação de emergência no Nível I devido à estiagem. Embora ainda consigam administrar os impactos localmente, todos permanecem em estado de alerta.
La Niña intensifica os efeitos da seca em Santa Catarina
Segundo o meteorologista chefe da Proteção e Defesa Civil, Felipe Theodorovitz, o fenômeno La Niña tem se intensificado nos últimos meses, devido ao resfriamento das águas do Oceano Pacífico Equatorial. Isso pode agravar a seca em diversas regiões de Santa Catarina.
“A La Niña é caracterizada por períodos prolongados sem chuva, intercalados com precipitações intensas. No Grande Oeste, a falta de chuva contrasta com o excesso de precipitação no litoral, tornando o cenário ainda mais preocupante.”
Diante da previsão de estiagem prolongada, a recomendação para produtores e moradores das áreas afetadas é o uso racional da água e o monitoramento das condições climáticas nos próximos meses.