Paes diz que plano de revitalização da área do Sambódromo será financiado pelo próprio projeto


Iniciativa ainda não tem previsão de data para início, pois precisa ser discutida na Câmara dos Vereadores. Especialista questiona fluxo do trânsito na cidade durante realização das obras. Prefeito afirma que projeto de revitalização da região do Sambódromo será financiado pelo próprio plano
O prefeito Eduardo Paes afirma que os recursos do plano de revitalização da região da Marquês de Sapucaí, que prevê a derrubada do Elevado 31 de Março, devem sair do próprio projeto. A declaração foi dada na manhã desta segunda-feira (9), ao Bom Dia Rio.
A iniciativa ainda não tem previsão de data para o início das obras, pois precisa ser discutida na Câmara dos Vereadores, que precisa aprovar a proposta de operação urbana consorciada. É um instrumento que permite a transformação de áreas degradadas por meio de parcerias público-privadas.
“Essa é uma operação que não custa nada aos cofres públicos. Os recursos saem da própria operação. Quando você tira o viaduto, os terrenos que existem ali e que pertencem ao município se valorizam, aparecem novos empreendimentos residenciais, como estão surgindo no Porto Maravilha, e isso que paga a conta ali”, disse o prefeito do Rio.
Elevado 31 de Março
Reprodução/ TV Globo
Segundo ele, o projeto representa a continuidade do processo de revitalização das regiões centrais da cidade, em uma proposta semelhante ao do Porto Maravilha.
“O problema não é resolver o problema do Sambódromo, por mais que melhore, mas pegar uma região que, por causa da interferência urbana daquele viaduto, se degradou, perdeu muito morador. E fazer com que as pessoas voltem a morar nas áreas infraestruturadas da cidade”, completou Eduardo Paes.
O elevado tem dois quilômetros de extensão, por onde passam cerca de 80 mil veículos por dia.
Obra
Prefeitura do Rio anuncia demolição do Elevado 31 de Março no projeto de revitalização do Sambódromo
Divulgação/ Prefeitura do Rio
Marcus Quintella, diretor da FGV Transportes, não questiona a necessidade da obra, mas destaca a necessidade de estudos sobre o impacto no trânsito da cidade.
“Um projeto dessa magnitude precisa de estudo. Para entender todo o entorno, opções de tráfego, simulações. Ali é uma via importantíssima, que complementa o [Túnel] Rebouças e, quando há problemas em algum dos dois, você vê que há fuga para um ou para outro. Se você interrompe o [Túnel] Santa Bárbara, você pode criar um caos. O Aterro não vai suportar isso. Não vamos questionar o projeto em si, o problema é o enquanto se constrói”, afirmou Quintella.
Pelo projeto, os veículos passarão por uma nova via, no mesmo trajeto do elevado, só que no chão: o Boulevard do Samba. O projeto prevê que a área conte ainda com calçadas largas e lojas.
Também está nos planos a construção de um mergulhão de 350 metros por baixo da linha do trem, ligando a nova avenida ao Santo Cristo.
A prefeitura também quer erguer um prédio inspirado no Congresso Nacional, como uma homenagem ao arquiteto Oscar Niemeyer, que projetou o Sambódromo.
Prefeitura do Rio anuncia projeto de revitalização da Marquês de Sapucaí
Divulgação/ Prefeitura do Rio
Segundo o arquiteto responsável pelo projeto, a iniciativa não reduz a capacidade viária.
“A retirada do elevado não diminui a capacidade viária do que se tem hoje, mantém a capacidade, só que desce com o elevado para o chão. Você passa a ter semáforos, sinais para o cruzamento. E ao longo de onde hoje existe o elevado, você tem uma série de áreas que vão ficar disponíveis, com a alça de acesso ao elevado, a alça de saída”, afirmou o arquiteto Rodrigo Azevedo.
Ainda de acordo com o plano, 700 mil metros quadrados passariam a ficar livre, abrindo espaço para a construção de 12 mil habitações e um Museu do Samba.
“A saída do elevado era fundamental para garantir funcionamento do Sambódromo. Porque hoje é muito atravancado, perigoso, não tem espaço de dispersão, não tem espaço para entrada dos carros. É simplesmente fazer o Sambódromo se tornar, de fato, um objeto central na paisagem e poder existir na sua plenitude”, disse Azevedo.
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