Estudante, que morava em Goiânia, cursará mestrado na Universidade de Oxford. Ela já ajudou mais de 3,5 mil crianças em projetos sociais voltados à educação: ‘Principal ferramenta para mudar a realidade’. Luiza Vilanova, estudante que conseguiu bolsa Rhodes na Universidade de Oxford
Arquivo Pessoal/ Luiza Vilanova
Luiza Vilanova, de 24 anos, conquistou a bolsa de estudos Rhodes da Universidade de Oxford, no Reino Unido. Segundo a Universidade de Columbia, nos Estados Unidos, onde ela se formou depois de conseguir uma bolsa, a jovem é a primeira cidadã brasileira a conquistar a bolsa, uma das mais antigas e prestigiadas do mundo.
“Fiquei muito feliz e orgulhosa, mas, ao mesmo tempo, senti que não quero ser a única. Quero inspirar outras pessoas e mostrar que isso é possível”, disse.
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A estudante passará dois anos na Universidade de Oxford, onde cursará um mestrado em Políticas Públicas e Educação Comparada e Internacional.
Luiza explicou que nasceu nos Estados Unidos, mas se mudou para Goiânia aos nove meses e possui cidadania brasileira. Em entrevista ao g1, ela contou que sua trajetória acadêmica sempre esteve ligada à educação.
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Em 2021, a jovem fundou o projeto Tocando em Frente, que desenvolve iniciativas educacionais. No último ano do ensino médio, foi aceita em 11 universidades norte-americanas e optou por estudar na Universidade de Columbia, onde se formou em Educação e Ciência Política.
A estudante compartilhou que sua paixão pela educação surgiu da percepção de que foi o principal fator de transformação em sua vida.
“Sempre tive muita clareza de que a educação era a principal ferramenta para mudar a minha realidade e a de outras pessoas. Durante a faculdade, percebi que esse era o caminho que eu queria seguir”, afirmou.
Para estudantes que desejam seguir um caminho semelhante ao de Luiza, ela recomenda a busca por organizações que apoiam jovens talentos, como a Fundação Estudar. “Existem programas que ajudam tanto na preparação quanto no financiamento dos estudos. O importante é acreditar que é possível”, destacou.
Com planos de continuar atuando na área educacional após o mestrado, Luiza afirmou que pretende contribuir para ações que combatam desafios como a evasão escolar no Brasil.
“Quero trabalhar para garantir que mais jovens tenham acesso à educação de qualidade e possam mudar suas histórias, assim como aconteceu comigo”, concluiu.
Tocando em Frente
Com a intenção de realizar os sonhos de outras pessoas enquanto concretiza os seus, Luiza Vilanova já ajudou mais de 3,5 mil crianças brasileiras a descobrir talentos por meio do programa Tocando em Frente, voltado a alunos do ensino fundamental, do 6º ao 9º ano.
A organização Tocando em Frente, criada em 2021, tem parceria com escolas públicas brasileiras e com secretarias de Goiás, São Paulo (cidade de Birigui) e Bahia (em Salvador).
Luiza conta que viveu a maior parte de sua vida em Goiânia. Quando finalizou o ensino médio, obteve a bolsa na Universidade de Columbia, além de uma bolsa da Fundação Estudar para auxiliar nos custos, e uma bolsa Brasa, voltada para estudantes brasileiros no exterior. Durante a graduação, a jovem atuou no Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef) como Jovem Embaixadora do Brasil.
Trajetória em Projetos Sociais
Apesar de ter iniciado sua graduação em Ciências Políticas e Educação em 2020 e criado o Tocando em Frente em 2021, o interesse de Luiza por políticas públicas e educação é de longa data. Sempre apaixonada pelos estudos, Luiza conta que, aos 15 anos, criou o projeto social Gotinhas do Bem, voltado ao desenvolvimento de habilidades socioemocionais em alunos de escolas públicas. Ela detalha que teve a ideia para o projeto depois de sofrer bullying em algumas das escolas que frequentou.
“Eu estudei em 11 escolas diferentes e, em uma dessas mudanças, comecei a sofrer bullying. Com isso, me vi odiando o lugar que eu mais amava. Foi quando percebi que não queria que isso acontecesse mais comigo nem com outras pessoas ao meu redor”, contou.
“Com o tempo, fui percebendo que o bullying era uma consequência, e não a raiz do problema, que estava na falta de ensino de habilidades socioemocionais, como empatia e até liderança, que geralmente não são ensinadas nas escolas”, disse a jovem.
Luiza explica que seu objetivo, com todos esses projetos, foi contribuir para que outras crianças e adolescentes também tivessem oportunidades de estudar e realizar seus sonhos.
“Meu pai batia na porta das escolas para conseguir bolsas [de estudo] para mim. Muitos acreditaram em mim e investiram recursos para que eu estivesse aqui hoje. Então, se tornou um grande objetivo e uma grande missão minha conseguir fazer com que esses mundos [de talentos e oportunidades] conversem”, disse.
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